O Iluminismo
O movimento que hoje chamamos de iluminismo, surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão absolutista e a teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. Em outras palavras, somente através da razão (raciocínio lógico e conhecimento) é que a humanidade conseguiria compreender que a Igreja controlava a forma de pensar da humanidade assim como para se tornar livre dos abusos do poder dos reis.
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O pensamento racional do iluminismo
Para quem não lembra do que era o absolutismo, essa doutrina determinava que todo o poder deveria estar nas mãos dos reis. O absolutismo criou reis poderosos que mandavam e desmandavam em seus territórios sem prestar contas dos seus atos para ninguém. Para terminar a minirevisão, a Igreja Católica estava em quase toda Europa desde o feudalismo. O pensamento religioso medieval era muito forte e diferente do atual. A Igreja Católica ditava comportamentos, determinava a maneira correta de pensar e até condenava pessoas até a morte nos tribunais da inquisição. Os iluministas acreditavam que essas formas de pensamento deveriam ser combatidas.
Para superar esse pensamento medieval, os pensadores defendiam o avanço do pensamento racional. O racionalismo substituiria as crenças religiosas e o misticismo, que segundo eles, bloqueavam a evolução humana. O movimento levou o nome de iluminismo como uma metáfora. Esta forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade.
Era necessário repensar o papel da humanidade
Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom, porém era corrompido pela sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão eles eram contra as imposições de caráter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero.
O apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a Revolução Francesa através de seu lema: Liberdade, igualdade e fraternidade. Também teve influência em outros movimentos sociais como na independência das colônias inglesas na América do Norte e na Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil.
Os burgueses defendiam o iluminismo
Naquele período, o Antigo Regime ainda vigorava na França. Nesta forma de governo, o rei detinha todos os poderes. O Clero dominava a sociedade do Antigo Regime, seguido pela Nobreza. Abaixo deles, a Burguesia e os trabalhadores urbanos e rurais formavam o Terceiro Estado. Com o fim do Antigo Regime e do absolutismo, a Burguesia:
- Conquistou liberdade comercial: Ampliou seus negócios sem as restrições do mercantilismo e dos privilégios do Clero e da Nobreza.
- Alcançou participação política: Obteve maior voz na política e no governo, antes dominados pelo absolutismo e pelos estamentos privilegiados.
E como consequências da Mudança temos:
- Expansão comercial: A Burguesia impulsionou o desenvolvimento da economia ao expandir seus negócios e acumular capital.
- Ascensão social: A Burguesia ascendeu na sociedade, ocupando cargos políticos e de influência antes reservados ao Clero e à Nobreza.
Apesar de possuírem muito dinheiro, os burgueses não tinham nenhum poder político. Por isso eles foram os principais interessados nesta filosofia. Por exemplo, o maior impedimento à expansão dos negócios burgueses eram as práticas mercantilistas, onde, o governo interferia nas questões econômicas. O mercantilismo era uma série de práticas que foram muito comuns na época. Nessas práticas temos medidas de protecionistas onde o Estado criava pesados impostos sobre produtos estrangeiros para proteger suas empresas nacionais, além de criar monopólios e demais formas de interferir sempre na economia. A solução era adotar o ideal liberalista (liberal, ou liberalismo), onde pregaria que o Estado não devesse mais interferir na economia. O modelo tem como base a liberdade individual, aplicando isso nos mais diversos campos, desde social, religioso, político e principalmente econômico. Ou seja, o verdadeiro liberal defende a liberdade. Seja liberdade religiosa, política ou mesmo econômica.
Os Principais filósofos do iluminismo
Obviamente temos diversos intelectuais que criaram obras que expandiram o pensamento do iluminismo. Para resumir, podemos listar que os principais filósofos do Iluminismo foram:
- John Locke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através do empirismo;
- Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a intolerância religiosa;
- Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a ideia de um estado democrático que garanta igualdade para todos;
- Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário;
- Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época. As ideias contidas em suas páginas eram:
- A valorização da razão(racionalismo) como substituto da fé;
- A valorização da atividade científica, apresentada como meio para se alcançar um mundo melhor;
- A crítica à Igreja católica, ao clero, pelo comprometimento com o Estado absoluto;
- O predomínio do deísmo, crença em Deus como força impulsionadora do universo;
- A concepção de governo como fruto de um contrato entre governantes e governados.