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A Crise de 1929

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Foto satirizando as oportunidades da economia americana. Em frente a outdoor do american way of life uma fila de desempregados.

Os EUA foi a única nação que saiu vitoriosa da Primeira Guerra Mundial. Cheio de lucros, e emprestando dinheiro para as nações europeias que estavam com suas economias arrasadas. Na época a riqueza do país aumentou em 250%, a agricultura se mecanizou e as fábricas aumentaram a sua produção. Esse avanço nas tecnologias das linhas de montagem permitiu a fabricação e a montagem de produtos em pouco tempo, o que será demonstrado principalmente pela indústria automobilística. Porém todo esse consumo desenfreado levou a uma crise de superprodução que foi a crise de 1929.

(Slides no fim do post)

A caminhada da crise de 1926

Os estadunidenses viviam uma sensação de prosperidade que ficou conhecida pelo nome de “vibrante anos 20”. A década de 1920 era marcada pela ascensão das grandes indústrias, pela difusão dos bens de consumo tais como carros, aspiradores de pó, lavadoras, etc. Estimulada pela publicidade norte americana, a classe média adquiria esses bens em um ritmo frenético. Crescia assim o consumismo, embalado por radionovelas, discos, revistas e filmes de cinema. Esse modo de vida ficou conhecido como “American Way of Life”, ou estilo de vida americano.

Anúncios de 1929 nos EUA mostrando como os eletrodomésticos eram úteis ou como as coisas eram baratas.
Anúncios de 1929 nos EUA mostrando como os eletrodomésticos eram úteis ou como as coisas eram baratas.

O ciclo vicioso da crise de 1929.

Em meio a todo esse consumismo, os anos 20 também foi palco de muitos conflitos sociais. A crise que vamos explicar logo abaixo já dava sinais de que iria acontecer. Mas muito antes disso, os imigrantes começaram a serem discriminados, a culpa do crescimento do desemprego e das desigualdades sociais caiu sobre eles.

O mais zoado disso tudo é que ninguém pensou em culpar o capitalismo e o Estado, que deveria impedir que a discriminação acontecesse, respondeu a essa perseguição a imigrantes criando leis para restringir a entrada de nivos imigrantes. Por isso muitos foram perseguidos e os que divulgassem ideias anarquistas ou socialistas eram deportados do país (que novidade). Lógico que americanos, a discriminação não era somente aos imigrantes. A Klu Klux Klan havia retornado com força, caçando cidadãos negros, perseguindo politicamente, agredindo e assassinando em defesa da proteção dos direitos da população branca. Ou seja, defendendo a supremacia branca.

Junto aos problemas sociais, em meio à essa prosperidade americana, em 1929 ocorreu uma crise de superprodução que foi conhecida como o Crash da Bolsa de Valores ou simplesmente crise de 1929. Essa crise que ocorreu na bolsa de valores foi provocada pois haviam MUITAS mercadorias e POUCOS trabalhadores para comprar esses produtos. Como a bolsa de valores funciona como a possibilidade de lucro no futuro, ou seja, com um dinheiro que ainda não existe mas vai existir, é na bolsa de valores que percebemos a crise. A possibilidade real de não existir dinheiro no futuro quebrou primeiro a bolsa de valores.

O ciclo vicioso da crise de 1929.

A crise impulsiona a crise

Essa crise vai acarretou uma série de problemas na economia americana. É uma escadinha de desgraças, na real, é um loop infernal, pois quando chega no fim, volta pro topo. Olha só, tudo começa com o aumento da produção, ou seja, muitos produtos foram criados. Aí vem ciclo do problema: 1 – os produtos não estão sendo vendidos, então vamos baixar os preços. 2 – ok, o preço ficou menor, então isso significou menos lucro. 3 – ok, então vamos demitir funcionários, isso fez com que quem perdeu o seu emprego não tinha mais dinheiro para comprar coisas de outras empresas (ou da sua própria). E aí você volta o problema para o item 1. Menos coisas sendo compradas… preço mais baixo ainda… mais desempregados ainda… foi horrível.

Acontece que a maior parte da  população ficou desempregada, empresas fecharam da noite para o dia e o governo teve que interferir na economia para resolver a crise. Estima-se que somente 40% da atividade industrial sobreviveu à crise de 1929. O desemprego generalizado e retrocesso da economia teve repercussões no mundo todo. Aqui no Brasil ela acelerou o fim da república velha e na Europa, sem enviar apoio financeiro aos países que saíram da primeira guerra mundial a crise deixou terreno fértil para a ascensão do totalitarismo.

Sopão para os desempregados em 1929.
As cidades de lata ou Hoovervilles em 1929. Em “homenagem” ao presidente Hoover.

A saída para a crise

Por mais que o sistema capitalista odeie isso, o governo dos Estados Unidos decide que para resolver a sua crise de economia ele precisa interferir na economia. Surge assim a nova política americana, o “New Deal”. Promovendo acordos entre o governo e a iniciativa provada para reduzir e minimizar o desemprego.

A intervenção do Estado procurou atingir os seguintes pontos para recuperar o país da crise:

  • Controle de preços: o governo passou a estabelecer preços máximos de produtos agrícolas e industriais.
  • Concessão de empréstimos a fazendeiros arruinados a fim de que quitassem suas dívidas e retomassem a produção de alimentos.
  • Realização de obras públicas com o objetivo de criar trabalhos para milhões de desempregados.
  • Criação de um salário-desemprego para quando o funcionário fosse demitido ele ainda tivesse um salário que o manteasse consumindo produtos e serviços por um tempo até adquirir um novo emprego.
  • Limitação dos preços e da produção às exigências do mercado, para garantir os interesses dos industriais.
  • Fixação de salários e jornadas de trabalho, em benefício dos trabalhadores.

O new deal deu certo?

O new deal não atingiu o sucesso esperado nos estados unidos, mas conseguiu controlar relativamente a crise da economia e os violentos conflitos sociais que ela gerava. A partir de 1935 a crise foi superada e aos poucos o país retorna o ritmo de crescimento da economia. Como o Estado Estava gastando muito dinheiro com o cidadão, o New Deal foi acusado de causar grandes custos aos cofres públicos (o que não deixa de ser verdade, mas foda-se. O Estado tem mais é que suprir o seu cidadão) e aos poucos passou a ser abandonada a intervenção na economia. Moral da história: as mesmas pessoas que melhoraram suas vidas através de políticas públicas resolveram tirar a escada para que outros cidadãos não conseguissem subir ao mesmo nível que eles. Igualzinho a hoje em dia.

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