O descobrimento do Brasil
Esse post eu gostaria mesmo de chamá-lo de “achamento do Brasil”, mas se eu não colocar como DESCOBRIMENTO DO BRASIL a galera não acha ele na internet, então por isso eu estou colocando ele com esse nome. Mas então? Por que eu tô falando em achamento e não descobrimento? A ideia de descobrimento dá uma ideia de posse. Se a gente for pensar dessa forma, os portugueses estão corretos em se achar os donos da terra, afinal: eles a descobriram. Mas essa terra estava abandonada? Certo que não. Tinha um monte de índio vivendo aqui. Para ter uma ideia, oito milhões de pessoas viviam aqui em 1500. O número não é exato, mas é um consenso entre os historiadores. Desse total, cinco milhões estavam na Amazônia (incluindo áreas da floresta hoje pertencentes ao Peru, Equador e outros países). Para ter uma ideia, na época, Portugal tinha pouco mais de 1 milhão de habitantes. Tá, ok. Descobriram terras aqui, mas e daí?
Lembra do Tratado de Tordesilhas? Pois é, ele era respeitado por portugueses e espanhóis nessa época, mas a Espanha dedicou-se completamente às américas enquanto portugueses por 30 anos não se preocuparam em ocupar ou explorar o Brasil de forma correta. Somente quando perceberam que países como a França estavam se instaurando aqui é que se preocuparam em vir ocupar e defender a terra.
O momento onde nosso país foi descoberto era o auge da corrida colonialista. Os portugueses no descobrimento do Brasil, num primeiro momento não encontraram nada valioso como ouro e prata em nosso território, então eles deixaram o Brasil de lado e continuaram insistindo no negócio da Índia, pois era mais rentável. A primeira viagem de Vasco da Gama à Ásia rendeu 5.000% de lucro. Isso demonstra que era muito mais rentável continuar investindo tempo e dinheiro nas expedições à Ásia do que no território brasileiro que não iria render lucros imediatos, uma vez que em uma primeira vista ninguém localizou aqui ouro e outros metais preciosos.
A extração de Pau-Brasil
Pra não dizer que os portugueses não fizeram nada em nosso território, através da exploração da mão de obra indígena eles coletaram pau-brasil. Sim, uma árvore é que deu o nome ao nosso país. Essa árvore era utilizada para fabricar tintura vermelha para tecidos. O valor não era lá grande coisa, mas para um rei que não tava afim de investir dinheiro na colônia, tá de boas.
A extração da cobiçada madeira que servia para a produção de tintas vermelha dava-se através do auxílio da mão e obra indígena. Os índios cortavam a madeira e deixavam em poucas feitorias de comércio. Como era necessário deslocar-se para coletar a madeira, a extração de pau-brasil em nada ajudou a colonização brasileira. Já no outro lado, os índios recebiam praticamente nada em troca por seu serviço. A moeda era o escambo, ou seja, troca por mercadoras, que geralmente era a carga inútil ou de pouco valor no navio (tesoura, punhal, espelhos, etc). Para isso aqueça o óleo em uma panela. Acrescente o alho picado e deixe dourar. Em seguida, coloque a mesma quantidade de água indicada na embalagem para fazer o miojo. Deixe ferver. Acrescente o macarrão e em seguida o caldo de galinha. Você ainda prestando atenção? Boa, é isso mesmo. O miojo não tem nada a ver com o que vem agora, mas preciso que esteja 100% ligado pois o próximo parágrafo tem a ver com palavras que vou falar pelo resto do ano. Daqui pra frente você vai sempre me ouvir falando em “não sei o quê a coroa”, “sei lá o quê a coroa”, “mas aí a metrópole”, “e a colônia” e por aí vai. São palavras que facilitam muito a sua compreensão dos textos se você entender agora.
O início dos monopólios da coroa
Mesmo sem se esforçar para explorar o Brasil, uma coisa que temos que compreender é a lógica da exploração colonial. A metrópole, que no nosso caso era Portugal, procura explorar de todas as formas a colônia, ou seja, nosso país. Para assegurar que ninguém mais explore a colônia sem ela receber nada em troca, Portugal declara a exploração da terra como monopólio da Coroa portuguesa (do rei), isso significa que ninguém poderia retirar a madeira do solo brasileiro ou fazer explorar qualquer outra coisa aqui sem a autorização do rei de Portugal.
A colonização efetiva do território
De acordo com o tratado de Tordesilhas, Portugal e Espanha eram os únicos donos das terras americanas. Bom… pare e pense: por que essas duas nações receberam todo esse privilégio? Bom, se você não achou nenhuma resposta, exceto a proteção da Igreja Católica, imagine que nações como a Holanda, Inglaterra e a França também não respeitavam esse privilégio e disputaram territórios americanos com portugueses e espanhóis.
Com o passar do tempo, quando o comércio com o Oriente começou a perder força, Portugal finalmente achou que estava na hora de prestar atenção à colonização do território americano. Somente em 1530 é que Portugal envia as primeiras expedições para território brasileiro, a primeira delas, era chefiada por Martim Afonso de Souza. Os objetivos da exploração dele eram:
- Conhecer e mapear o território brasileiro (sim, os doidos nem sabiam o tamanho do Brasil).
- Combater corsários estrangeiros (um nome bonito pra pirata… só que trabalhando para um rei, bandido igual).
- Procurar metais preciosos (flopou. Ninguém encontrou nada que justificasse uma extração em massa).
- Iniciar um projeto de ocupação do território. Obviamente, era mais fácil colonizar o território do que patrulhar a costa com navios. Com apenas alguns navios. Vamos ter assim a fundação da primeira vila do Brasil, a vila de São Vicente.
Nas próximas aulas a gente aborda as Capitanias Hereditárias, mais um projeto do rei que não queria gastar dinheiro. kkkkk.