Professor Fernando

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Pré-História

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Do ponto de vista cronológico, podemos definir a pré-história como um período anterior ao aparecimento da escrita, o que seria algo anterior a 3.500 a.C, ano que os sumérios desenvolveram a escrita cuneiforme. É nesse período que os primeiros hominídeos conseguiram vencer as barreiras impostas pela natureza e prosseguir com o desenvolvimento da humanidade na Terra. O ser humano foi desenvolvendo, aos poucos, soluções práticas para os problemas da vida. Com isso, inventando objetos e soluções a partir das necessidades.  A pré-história pode ser dividido em três fases: Paleolítico,  Neolítico e Idade dos Metais. Alguns historiadores dividem em mais fases mas vamos dividir em três para tornar as coisas mais simples.

Paleolítico ou pedra antiga: Também conhecido como Idade da Pedra Lascada, é um período pré-histórico correspondente ao intervalo entre a primeira utilização de utensílios de pedra pelo homem (cerca de 2 milhões de anos atrás) até ao início do Neolítico (cerca de 10 mil a.C.). O Paleolítico ficou conhecido como Período ou Idade da Pedra Lascada, pois através de muitos estudos da arqueologia, sabe-se que os objetos eram confeccionados primeiramente em ossos ou madeiras e depois em pedra ou marfim. O Paleolítico é o período do desenvolvimento de instrumentos de caça, feitos em madeira, osso ou sílex (um tipo de pedra resistente e quando quebra torna-se “naturalmente” afiada). Os estudos apontaram que eles já sabiam usar armas como machado de pedra. Os machados eram usados para cortar, esmagar os alimentos, para defesa e fazer furos. Com as lascas das pedras é que eles aproveitavam para fabricar esses objetos cortantes. Este grande período histórico subdivide-se em: Paleolítico Inferior, Paleolítico Médio e Paleolítico Superior, porém como disse antes, não vou entrar em detalhes de cada período.

Nessa época os homens eram essencialmente caçadores e coletores, apresentando uma economia de subsistência (somente para sobreviver) e tendo que se deslocar constantemente (nômades).  Além, viviam de uma forma de vida conhecida como Comunismo Primitivo, onde não existia propriedade privada (ninguém era dono da terra) e ninguém acumulava riquezas (trabalhavam para sobreviver e não para garantir renda). Assim, todos viviam juntos e trabalhavam juntos (trabalho coletivo). Devido as limitações biológicas desses primeiros hominídeos, eles possuíam uma linguagem rudimentar. Mesmo assim a sociedade adquiriu certa organização social e a família passou ter importância. É nessa época é que começaram os indícios de rituais funerários e as primeiras práticas de magia devido à descoberta do fogo.

Os estudos de fósseis mostraram que no fim do Paleolítico os hominídeos começaram aos poucos a mudarem seus hábitos depois da descoberta do fogo e tornarem-se sedentários (moradia fixa). Os arqueólogos notaram essa mudança devido aos amontoados de conchas, fogueiras, restos de animais. Por exemplo, aqui no Brasil, na costa do Atlântico são formados os primeiros Sambaquis (depósitos criados pelo homem constituídos por materiais orgânicos, calcários, empilhados ao longo do tempo e sofrendo a ação do tempo, que acabaram por promover uma fossilização). Eram também nesses locais que enterravam seus mortos junto a seus pertences (colares, vestes, ferramentas e cerâmicas). A tendência do sedentarismo aumentou ao ponto que o homem foi obrigado a morar efetivamente nas cavernas (devido ao resfriamento intenso do planeta e o norte da Europa ter ficado coberto de gelo como conseqüência da quarta Glaciação do planeta).

As ferramentas do neolítico.


Neolítico ou pedra nova
: Esse é o período que vai ser conhecido como Idade da Pedra Polida. O Neolítico é compreendido aproximadamente entre 12000 a.C. e 4000 a.C. Nesse estágio da história o homem passou por uma revolução na forma de pensar e ver o mundo que foi chamada de Revolução Neolítica. Essa expressão foi criada pelo arqueólogo inglês Gordon Childe (1892/1957) para designar uma fase da evolução cultural onde “o homem passou de parasita a controlador da natureza”.

A revolução, por assim dizer, é uma mudança no comportamento humano. Essa transformação levou o homem a se fixar definitivamente em um local e o adaptar às suas necessidades, tendo por base uma economia produtora. Tudo mudou com a revolução neolítica. O Homem domesticou alguns animais, tais como cabras, bois, cães e descobriu a agricultura, talvez a maior descoberta tecnológica do período.

A descoberta da agricultura permitiu um aumento populacional em certas partes do planeta. Como consequência do aumento de alimentos outras atividades humanas acabam sendo beneficiadas. A cerâmica é aperfeiçoada para estocar alimentos, o homem passa a poder “trabalhar” menos para obter seu alimento o que propicia atividades de lazer. A própria cerâmica ganha um caráter decorativo, as roupas deixam de ser somente de peles de animais (que dificulta a caça) passado a existir roupas de tecidos, mais confortáveis e leves.

No ponto de vida do trabalho ocorre uma divisão de trabalho entre sexos: os homens trabalhavam na lavoura e no trato com os animais e as mulheres cuidavam da habitação, dos filhos, confeccionavam roupas, cozinhavam e fabricavam as ferramentas. Com o tempo, os homens se especializaram na domesticação e criação dos animais e na agricultura. Ocorre assim a primeira grande divisão social do trabalho entre agricultores e pastores (ligados a domesticação e criação de animais). A divisão não somente separa os tipos de trabalhos mas permite aos homem uma especialização do trabalho.

Idade dos Metais: A transição do Neolítico para a Idade dos Metais coincidiu com a transição da Pré-História para a História pois nesse período desenvolveu-se a escrita. A Idade dos Metais é o período marcado pelo início da fabricação de instrumentos metálicos e divide-se entre a Idade do Bronze e a Idade do Ferro. Cabe lembrar que nem todos os povos conheceram o metal ao mesmo tempo, então a entrada na idade dos metais varia muito de local para local. Nesse período o ser humano começava a dominar, ainda que de maneira rudimentar, a técnica da fundição. A princípio, utilizaram-se como matéria-prima o cobre, o estanho e o bronze (uma liga de estanho), metais cuja fusão são “mais fáceis”. Com o uso de forjas e foles, a metalurgia melhorou e se diversificou, atingindo o ferro, um dos metais que necessita de técnicas mais aprimoradas para ser aproveitado, pois requer uma temperatura muito elevada para a sua fusão. O ferro era usado principalmente para a fabricação de armas). Cada um dos períodos da idade dos metais corresponde à melhores formas de se produzir metal e pelo fato desse ter sido o último período pré-histórico, terminou com o surgimento da escrita. (A escrita é o processo de registro de caracteres através de um meio, com a intenção de formar palavras e/ou outras amplas construções de linguagem).

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Referências bibliográficas:

LEROI-GOURHAN, André. Pré-história. São Paulo: Pioneira-EDUSP, 1981.

PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São Paulo: Atual, 1987.

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