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O feminismo no Brasil

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Antes de explicar qualquer coisa, vamos ressaltar que o feminismo não representa um domínio da mulher sobre o homem, mas uma luta por igualdade de direitos. Essa luta começa na revolução industrial. Nesse momento surge necessidade da mulher trabalhar fora de casa. Isso fez a luta por direitos ganhar força. O que chamamos de primeira onda do feminismo foi a primeira forma de luta moderna das mulheres por seus direitos: o direito ao voto. É assim que surge o feminismo no Brasil.

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No Rio Grande do Sul a dentista Isabel de Mattos Dillon, em 1880 registrou seu título de eleitora e valendo-se da lei Saraiva, exigiu sua participação nas eleições sendo proibida de votar. Mesmo assim ela não se conformou e conseguiu participar das eleições pelo estado da Bahia chegando a ganhar votos mas sem ganhar. Da mesma forma, a professora Leonilda de Figueiredo Daltro tentou se basear na ambiguidade do texto da constituição de 1891 e participar das eleições, o que lhe foi negado. Por esse motivo a professora indígena criou o Partido Republicano Feminino em 1910. Inaugurando assim a primeira onda do feminismo no Brasil.

O partido chegou a ter 100 membros em 1917, entre elas a Isabel de Mattos. Infelizmente o movimento só gerou resultados concretos em 1932 com Getúlio Vargas. O projeto de alteração na lei até foi apresentado pelo deputado socialista Maurício de Lacerda em 1917, mas nunca chegou a ser discutido pelas autoridades machistas da época que sempre ridicularizaram o papel da mulher com charges e ilustrações de mau gosto. Para quem acha exagero, Leonilda recebeu apelido de Mulher diabo.

Em 1934, na constituição apresentada por Getúlio, no Estado Novo, tinha pela primeira vez a oportunidade de voto feminino (desde que a mulher trabalhasse fora de casa). Mesmo com a alteração na lei que permitiu às mulheres de votar, não devemos ignorar a luta das feministas brasileiras que fizeram pressão na sociedade por mudanças.

O movimento feminista que ganhou muita força no mundo após o fim da Primeira Guerra Mundial. O feminismo no Brasil alcançou seu ápice nos anos 1960 com a introdução da pílula anticoncepcional, o que criou uma revolução na sociedade brasileira. O uso do anticoncepcional foi muito repreendido pela sociedade e autoridades religiosas por permitir à mulher uma vida sexual mais ativa, o que antes era permitido somente aos homens. Note que falei apenas vida sexual mais ativa, não estou dizendo nem sexo antes e nem fora do casamento, mas estou frisando que ela permitiu à mulher decidir se quer ou não engravidar. Um comportamento que antes só era permitido aos homens, que mandavam em todos os aspectos do casamento.

Esse período é conhecido como segunda onda feminista, onde as reivindicações passaram de direito ao voto para luta por reconhecimento perante família e sociedade. A luta ganhou força com livros de feministas como Simone de Beauvoir que mostrou que a mulher não nasce submissa ao homem, mas que a sociedade machista a ensina a ser assim. Com essa compreensão, mulheres começam a questionar seu próprio corpo e o direito que homens tinham sobre elas. É nessa época que as mulheres começam a afrontar não só a sociedade como suas famílias ao buscar por realização pessoal como terminar os estudos ou mesmo decidir sobre quais roupas querem usar ou empregos que querem trabalhar.

Alguns pensam que não é uma pauta feminista, mas uma grande discussão desse período era o direito ao uso da minissaia. Uma saia que cobria pouco abaixo dos joelhos. Parece ridículo para os padrões de hoje achar que a sociedade se incomodava com uma saia assim. Até mesmo as evangélicas que usam saias de jeans pouco abaixo do joelho seriam consideradas mulheres de segunda categoria anteriormente. Portanto lembre-se, se hoje conseguimos pensar que isso é ridículo, deve-se graças à luta de mulheres que sofreram com isso no passado. Tenha sempre em mente que conseguimos ter essa consciência graças às mulheres que chocaram e incomodaram a sociedade com o seu feminismo no Brasil.

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