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Nazismo

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Arcado na história mundial pelos relatos do sobreviventes e pela sua representação nos cinemas, literatura e jogos de vídeo game, Nazismo é o nome que damos ao conjunto de práticas adotadas por Adolf Hitler na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial. O Nazismo, assim como o Fascismo é um regime totalitário, o que significa que ambos tem características muito semelhantes, diferindo principalmente na defesa da raça ariana e pela perseguição e eliminação sistemática de populações judias inteiras.

As origens do nazismo

Para entender qualquer evento histórico, é fundamental voltar no tempo e investigar as causas que levaram à ascensão do nazismo. Nesse contexto, a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial deu origem a uma democracia extremamente frágil, chamada República de Weimar, nomeada assim devido à cidade onde a constituição foi elaborada. A Primeira Guerra deixou toda a Europa devastada, mas a Alemanha, em particular, foi duramente punida, sendo responsabilizada pelo conflito. Como consequência, o país teve que aceitar os rígidos termos do Tratado de Versalhes, que estipulava o pagamento de uma dívida para financiar a reconstrução das nações vencedoras, principalmente França e Inglaterra.

Hitler podia ser um merda, mas seus discursos eram muto emocionantes.

A República de Weimar até conseguiu resultados satisfatórios com investimentos estrangeiros que vinham dos Estados Unidos. O problema é que desde a crise de 1929 (A grande depressão), os EUA pararam de investir no exterior. Obviamente a falta de investimento somado ao tratado leva a uma crise econômica que assolou o país. Manifestações populares e greves cresceram por todo o país.  A crescente insatisfação popular abriu espaço para a voz de Adolf Hitler. Um ex-combatente da primeira guerra que trabalhava como artista fazendo ilustrações para o jornal do exército.

A escalada do partido Nazista

Em 1919, Hitler conheceu Anton Drexler, que o introduziu ao Partido Alemão dos Trabalhadores. Dentro do partido, ele rapidamente iniciou sua carreira política e começou a propagar seu discurso sobre a superioridade da raça ariana. Esse discurso encontrou apoio entre trabalhadores e membros da classe média. Com o objetivo de unir o povo alemão, ele usava a ideia de uma suposta superioridade racial. Não podemos ignorar que se tratava de um discurso eugênico, onde a mistura entre alemães e judeus era inaceitável. Lembre-se disso ao falarmos sobre o extermínio dos judeus.

Com uma habilidade impressionante de oratória, Hitler sabia como cativar multidões. Seu discurso tocava diretamente nas feridas abertas pela guerra, especialmente ao criticar o Tratado de Versalhes. À medida que ganhava mais destaque no cenário nacional, ele decidiu mudar o nome de seu partido para Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Assim, surgia o Partido Nazista.

Golpe, prisão e Mein Kampf

Nesse momento Hitler ainda não era o chanceler da Alemanha. Seu grupo cresceu muito por demonizar o comunismo e iniciar uma perseguição contra os comunistas. E inspirado pelo fascismo italiano chegou a fazer um evento parecido com a Marcha sobre Roma onde seu exército marcha até a sede do governo da Baviera com o intuito de tomar o poder. O “golpe da Cervejaria de Munique” foi uma tentativa falha de tomar o poder. Hitler foi preso e sentenciado a cinco anos de prisão por seu ato. Hitler assume a culpa inteiramente pelo golpe, ao contrário dos seus companheiros de partido, e aproveita a cobertura nacional do julgamento mudando completamente a situação a seu favor.

O ano é 1924. Enquanto estava na cadeia, Hitler escreveu seu livro que, inicialmente com um título mais longo, foi renomeado para Mein Kampf. Nele, ele relatou sua biografia, suas crenças e até uma parte de suas ideias genocidas. Esse livro marcou um ponto decisivo em sua carreira política, ao apresentar a proposta de unificar a Alemanha sob uma suposta grande raça. Com o tempo, o livro vendeu milhares de cópias, chegando a milhões quando Hitler assumiu o poder em 1933.

Depois de sair da prisão, Adolf trabalhou na reconstrução do partido Nazista. Embora tenha prometido às autoridades que seguiria o caminho democrático, ele logo entrou na disputa presidencial de 1932 contra Paul Von Hindenburg. Adolf perdeu a eleição, mas essa campanha o colocou novamente sob os holofotes do país. Logo em seguida, Hindenburg enfrentou forte pressão política para nomear Hitler como chanceler, ou seja, chefe de governo. Sem uma base sólida para governar, Hindenburg acabou aceitando a nomeação. Era o começo do fim.

A perseguição aos judeus

Esse momento marcou o início do fim. Com Hitler no comando da Alemanha, ele rapidamente colocou seus aliados em posições estratégicas do governo, assumindo o controle da polícia. Logo depois, Adolf dissolveu o parlamento, consolidando-se como ditador. Ao controlar a imprensa e os órgãos oficiais, começou uma intensa perseguição aos judeus, unindo o povo alemão em torno de uma bandeira comum: o ódio contra os judeus. Com esse inimigo definido, os nazistas ganharam cada vez mais aceitação popular. Hitler suspendeu os pagamentos do Tratado de Versalhes, o que ajudou a reestruturar a economia. Além disso, ele desconsiderou outras restrições do tratado, como a proibição de ter uma força aérea e de expandir o exército próximo às fronteiras.

A primeira guerra guerra criou o nazismo. O orgulho ferido do país pediu por uma nova guerra mundial. Dentro de casa e nos países ocupados os nazistas deslocavam milhares de famílias judias para bairros destinados somente aos judeus, os ghetos. A população alemã via a polícia invadir as casas dos seus vizinhos judeus e nada fazia. Para ter mais eficácia na sua perseguição aos judeus, os nazistas empregavam os próprios judeus para criar conselhos (os Junrat) que manteriam os judeus sob controle dentro dos Ghetos enquanto morriam de fome pela comida escassa. Com o passar do tempo a polícia-judaica passou a fazer mais do que servir de intermediador para os nazistas, infiltrando-se entre os grupos de resistência de pessoas que ajudavam judeus e os entregando para a gestapo (a polícia secreta alemã).

A Alemanha e o holocausto

Além de segregar os judeus nos guetos, com o tempo, os nazistas iniciaram uma brutal limpeza étnica nas cidades. Milhões de judeus foram enviados aos campos de concentração, onde eram separados entre aqueles que seriam escravizados para a produção industrial nazista e aqueles que seriam imediatamente exterminados nas câmaras de gás. Os campos de extermínio ficavam distantes das cidades, e os prisioneiros eram transportados em condições desumanas, muitas vezes morrendo no próprio transporte — uma crueldade que ultrapassava até os métodos usados pelos portugueses com os africanos durante o período colonial.

Enquanto o cidadão alemão comum negava ou ignorava a realidade dos campos de extermínio, nesses locais, milhões de pessoas eram sistematicamente exterminadas. Os cidadãos alemães, em sua maioria, omitiram-se diante do genocídio dos judeus. Ao testemunharem a deportação forçada de seus vizinhos, permaneceram indiferentes e não se preocuparam em saber o destino dessas pessoas. A desumanização do outro foi tão grande que a sociedade como um todo foi conivente com o ocorrido. A responsabilidade pela morte dos judeus não recai individualmente sobre cada cidadão.

Quando a guerra terminou, Hitler tirou sua própria vida. Os soldados alemães, em um ato desesperado para eliminar evidências dos campos de concentração, aceleraram a matança dos judeus que ainda permaneciam nos campos. Além disso, destruíram documentos e derrubaram prédios sempre que tinham a oportunidade. Mesmo diante de provas claras e irrefutáveis, ainda existem pessoas perturbadas que negam a realidade do Holocausto, tratando-o como “mi-mi-mi judeu”. Ao ocultar o genocídio, os responsáveis e seus apoiadores buscavam, entre outros objetivos, distorcer a história e disfarçar o nazismo, afastando-o de sua verdadeira natureza como um movimento de extrema direita.

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