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Indígenas do Rio Grande do Sul

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Muito antes da chegada dos portugueses o sul do Brasil já era habitado por tribos indígenas que muito contribuiu para a formação de hábitos dos gaúchos. Os indígenas do Rio Grande do Sul tinham hábitos tal como sentar ao redor do fogo de chão, o chimarrão e o churrasco. Esses grupos dominavam essas terras até o dia que o processo de escravização dos índios para trabalho em lavouras, ataques de bandeirantes e o processo de catequização da igreja católica os obrigou a fugir para o interior, nas regiões mais pobres, o que prejudicou o desenvolvimento das suas sociedades.

Três grandes grupos indígenas habitavam a região antes da chegada dos portugueses e espanhóis: guaranis, jês e pampeanos. Todos esses três grupos sofreram muito com a invasão dos estrangeiros seja através da ocupação forçada das suas terras ou pela perda da sua identidade, causada pela imposição da religião cristã por parte das ordens religiosas.

De uma maneira bem resumida, o grupo conhecido como Guarani habitava a região do litoral e central do atual Rio Grande do Sul indo até além da fronteira com a Argentina. Na verdade, o termo Guarani assim como o Tupi é um termo genérico pois os colonizadores não tinham interesse em descobrir de verdade a qual grupo os  indígenas do Rio Grande do Sul realmente pertenciam. No momento que eles identificavam comportamentos semelhantes, a denominação genérica para todos estava valendo. Esse povo fez parte das missões evangelizadoras das ordens religiosas jesuíticas na região de São Gabriel e arredores. Os guaranis ocupavam principalmente os vales dos rios e margens de lagoas onde a pesca era farta. Seus integrantes plantavam principalmente milho, aipim, batata, feijão e abóbora. Maravam em núcleos familiares com graus de parentesco entre si. Os membros de uma família dividiam uma oca, que nada mais é do que uma casa enorme casa, com armação de madeira, em forma circular, coberta por fibras de vegetais. Geralmente uma aldeia era composta por três a seis ocas.

No Norte do Rio Grande do Sul, passando em direção a Santa Catarina ou outros estados ao Norte. Diferente dos guaranis, os jês formavam casas no chão. Suas casas eram buracos cobertos por folhas de palmeira. Os jês também viviam da caça, pesca e coleta sendo o seu principal produto agrícola o milho. Porém, a maior parte do grupo Jê foi massacrada por tropas portuguesas, restando hoje desse grupo praticamente só os Kaingangs.

Os pampeanos foram o grupo que mais se misturou com os colonizadores espanhóis e portugueses. Desse grupo podemos tirar as tribos charruas e minuanas. Contudo esse era o grupo menos numeroso que aqui habitou e desconheciam a agricultura. O povo vivia principalmente da caça, pesca e coleta. Eles aprenderam rápido o manejo dos animais trazidos pelos estrangeiros tais como o cavalo ou as cabeças de gado o que lhes rendeu empregos em fazendas dos colonizadores europeus. Os pampeanos que restaram foram massacrados por tropas uruguaias em 1830.

Os Mbya-Guarani

Os guaranis são um povo extenso, dividindo-se em diversos subgrupos. Entre os mais numerosos existentes hoje temos os grupos Kaiowá (18 mil a 20 mil representantes), Nhandéva (8 mil a 10 mil) e Mbyá (5 mil a 6 mil). Devido a proximidade de seus dialetos, nas classificações linguísticas tais povos foram considerados pelos colonizadores como subgrupos dentro de uma mesma grande etnia, os guaranis. Atualmente não existe consenso sobre a ancestralidade dos Mbyas, alguns estudiosos afirmam que eles são descendentes dos índios que sofreram o processo de evangelização pelos jesuítas enquanto outros afirmam que esses índios resistiram à conquista espiritual e à redução nas Missões Jesuíticas, pois eram nômades e sempre mudavam constantemente suas residências.

Seja qual for a história correta para a vertente Mbya, o grupo hoje vive em grupos de quatro a cinco famílias lideradas por um xamã denominado como Karaí ou Paí. Os grupos Mbyas não reconhecem fronteiras nacionais reconhecendo-se como um povo único e por vezes migrando através das fronteiras entre Brasil, Paraguai e Argentina.

Em sua religião, os Mbyas acreditam na existência de “uma terra sem mal”, que seria a representação do paraíso. A única diferença é que eles acreditam que o paraíso é um lugar na Terra, portanto não sendo necessário morrer para se alcançar esse paraíso. Muitos índios vivem em constantes migrações onde esperam encontrar um terreno de solo fértil e mata virgem para poderem viver conforme seus costumes e praticar seus rituais para assim poderem encontrar esse paraíso na Terra.

Mapa mostrando as áreas pertencentes aos Grupos Indígenas do Rio Grande do Sul na época da colonização.
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